segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Sobre os Rosa-Cruz I

Na obra Rosa-Cruz - Novela de Ocultismo Iniciático, escrita por Krumm-Heller em 1926, nosso Mestre apresenta, em suas entrelinhas, muitas chaves para o entendimento do "Caminho" iniciático em nossa Fraternidade.

Seus esclarecimentos nos levam a uma profunda reflexão, pois foge ao tradicional do que vemos na literatura sobre o tema, sendo um roteiro seguro para orientarmos nossos estudos e aprofundamentos.

Num trecho (página 17 e 18 da edição eletrônica), há  um diálogo entre dois personagens, Montenegro e Rasmussen, que nos passa uma informação intrigante: 

"Os Rosa-Cruz saíram do interior de Chapultepec pela mesmo local pelo qual entraram Montenegro e o indígina e com as mesmas precauções que este último tivera para não ser visto. Atravessaram logo o parque  que rodeia o castelo para embarcarem no trem em Buenavista. 


Montenegro ficou com Rasmussen depois que todos os demais se despediram dele, e aproveitou esta circunstância para entabular uma nova conversa, movido por seu desejo inquiridot. 

 - Você vai viajar?  - disse Montenegro - Gostaria muito que não fosse tão breve como parece. Em verdade, tenho muitas coisas para perguntar-lhe. Não pode você imaginar o quanto  agradecido lhe estou por haver-me iniciado esta noite. Compreendo que minha instrução verdadeira começa hoje e espero com sua ajuda poder saciar a sede de conhecimento que há tanto tempo sinto. 
- O que eu puder fazer por você, querido amigo, - respondeu Rasmussen - o farei sem dúvida; mas, haverá de ser nas sessões que se seguirão, uma vez que imediatamente partirei para a Alemanha. Faz já muitos anos que não visito a Europa. Devo ir para resolver alguns assuntos de família e além disso, a Ordem dos Rosa-Cruz me convoca, também, no velho continente. Você deve saber que nos reunimos anualmente, seja na Bohemia, seja nas montanhas de Harz, no Tiflis ou em Montserrat, ou às vezes em Yaucatán, no Peru ou na Índia: ali temos Lojas Brancas. Os Membros se apresentam todos ali em corpo astral; só algumas sessões são assistidas em corpo físico. Estas reuniões são muito necessárias depois da grande guerra (aqui a referência é a Primeira Guerra Mundial); pois agora há muita procura por nossa ciência".


Uma coisa que podemos notar e que destacamos no texto é que a Ordem dos Rosa-Cruz não possui uma sede, ela se reúne, anualmente, em vários lugares e em sua maioria, seus membros estão "em corpo astral".

Note que não se usa aqui a tradicional denominação Ordem dos Rosacruzes, mas, Ordem dos Rosa-Cruz e essa sutileza não é sem propósito, pois, Rosa-Cruz não é uma associação, ordem, fraternidade, etc., mas um "estado de consciência". Assim, enquanto Ordem dos Rosacruzes, nos faz pensar em uma associação de homens e mulheres que abraçaram o ideal Rosa-Cruz e buscam trilhar esse caminho, Ordem dos Rosa-Cruz nos remete a uma condição de uma Ordem composta de homens e mulheres que já alcançaram o sublime grau consciêncial ROSA-CRUZ, a ponto de, na maioria de suas reuniões, em locais espalhados pelo mundo, participarem com seus "corpos astrais.

Isto nos leva a fazer uma outra reflexão: somos todos Aspirantes à Rosa-Cruz, isto é, ao sublime grau consciencial Rosa-Cruz, para que um dia possamos, em verdade, pertencer a Ordem dos Rosa-Cruz.

Nesse sentido, a Fraternitas Rosicruciana Antiqua, tem a finalidade de ser um dos portais para o sincero buscador, que ao adentrar na Ordem, através de orientações essenciais e práticas, terá, se persistir, condições de trilhar o  Caminho do Aspirante, que levará ao florescer da Rosa sobre a Cruz.

Tal foi a nobre missão recebida por nosso Amado Mestre Huiracocha ao fundar nossa amada Ordem. E o que nos encanta é que pelos nobres ideais que sustenta e pelos quais dedicou a vida, Huiracocha não se deixou levar pelo modismo "rosacrucianista" do princípio do século XX, dotando seu movimento de um caráter amplo, ligado mais a essência dos ideais rosa-cruzes clássicos, do que uma forçada e inexistente ligação histórica.

Para que possamos compreender bem esse último aspecto, será necessário que nos inteiremos das fontes que consultou nosso Mestre para tirar suas idéias sobre a Ordem dos Rosacruzes e a Ordem dos Rosa-Cruz. Ao pesquisarmos, pudemos perceber, que muitas das idéias manifestas pelo Mestre em alguns de seus livros, etc. são reflexões feitas nos escritos de Franz Hartmann. É justamente em um dos livros de Hartmann, "No Umbral do Santuário", capítulo V - As Ordens dos Rosacruzes - História dos Rosa-Cruzes.



Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz

Marcos Pagani

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