A Missa Gnóstica da FRA, estabelecida pelo Dr. Krumm-Heller, dizem alguns que é originária da Ecclesia Gnóstica de Elêuses, fundada pelo Dr, Peithmann. Estou numa pesquisa para tentar entender como isso aconteceu, uma vez que a Igreja de Peithmann nunca existiu como instituição, resumindo-se ao Catecismo Gnóstico, composto de 298 perguntas em 4 cadernos.
Sem dúvida, desde que a Missa foi trazida para o Brasil, sofreu algumas modificações para que se tornasse mais bonita e inteligível as suas partes aos que frequentam a Igreja Gnóstica, assistindo a cerimônia, sem dúvida, inspiradora.
Porém, muitos membros da FRA conhecem o original da Missa Gnóstica, que a despeito de sua simplicidade, tem tanta eficácia quando a reformulada.
Apresentamos aqui uma tradução feita por um integrante do Grupo de Estudos Mestre Huiracocha, a quem daremos os créditos, quando confirmarmos sua tradução, que antecipo o agradecimento.
MISSA GNÓSTICA ORGINAL DO MESTRE HUIRACOCHA
Um altar com um candelabro de sete luzes ou velas de cera. Dois jarros ou garrafas, ambas com
vinho, e postas, uma do lado direito e outra do esquerdo do altar. Hóstias ou pão sem fermento, em
quantidade equivalente ao número de pessoas que tenham de participar da cerimônia. Um cálice
vazio para o sacrifício. Este cálice deve ser levado à direita pelo acólito que segue à direita do
oficiante, o qual o colocará no altar, assim que dele se aproxime.
INVOCAÇÃO
Entra o Sacerdote no Templo, com uma lança na mão direita.
Aproximo-me do altar de Deus que edifica a mente e ilumina o esplendor de uma eterna
juventude.
(Sobre os degraus, aproximando-se do altar, e volta-se novamente para os fiéis, dizendo).
CHRESTOS esteja convosco.
Um acólito ao fundo ou ao lado.
Que ele ilumine o teu Espírito.
O Sacerdote volta ao Altar.
Vem, oh! Santa palavra!
Vem, oh! Nome sagrado da força de Chrestos!
Vem, energia sublime!
Vem, misericórdia divina!
Vem, oh! Suprema dádiva do Altíssimo!
Volta-se o Sacerdote e faz uma cruz na testa, outra no peito e finalmente, um círculo, da esquerda
para a direita, do meio da testa, seguindo pelo ombro esquerdo e região do coração, para voltar
pelo ombro direito e terminar no mesmo ponto de origem, exclamando:
Vem, tu, que descerras o véu dos mistérios!
Vem, tu, mão dos sete centros, que descansas na harmonia da oitava!
Vem, tu, que eras antes do que foram os cinco sentidos: Espírito, Mente, Sentimento e Razão e
deixa que participemos de tua Santa Graça, nós os mais tarde nascidos!
Vem, Santo Alento, Imaculado Sopro e purifica minhas glândulas internas, onde existe o ritmo
da vida!
Vem, tu, e encaminha meu coração desorientado para que os puros sentimentos meus brotem
dessa doce fonte!
Dirigindo-se aos fiéis:
Escuta, Grande Seidade, Pai de tudo que foi creado, Luz Divina, Tu, Redentor nosso, perdoa
todos os nossos erros e os erros daqueles que escutam visível e invisivelmente, para que
possamos todos participar do Reino da Justiça e estar contigo nas imensidades da Luz; bendize e dá poder a todos que nos seguem, pois cumprem a Lei.
Escuta oh! Anjos…
Ajuda-me, Pai de tudo que foi creado, causa infinita de tudo o que existe, dá vida a este povo.
A quantos nos seguem, assiste-os e presta a todos o apoio necessário em todas as ocasiões da
vida para que se tornem merecedores da Santa Graça.
Nós conhecemos o teu poder e eu te conjuro: Vem… Vem… Vem…
Perdoa! Tu conheces nossos erros, alivia todos os nossos males. Dá-nos um sinal aqui mesmo
neste Sacrifício e nos dias vindouros.
O Sacerdote dá um passo e diz:
Escuto o vosso testemunho.
Segue-se a pausa durante a qual, em voz alta, os beneficiados ou curados relatam experiências em
frases simples. Depois de ouvir a todos, o Sacerdote volta ao altar e diz:
Alegrai-vos; nossos erros estão perdoados e o Poder Supremo está convosco.
Todos respondem:
Amém… Amém… Amém…
Primeiro Sermão. Essa conversa pode ser intercalada após a pregação quando há uma grande
celebração.
O SANTO SACRIFÍCIO – retirado do Pistis Sophia
O Sacerdote afasta-se para o altar da direita e lê os seguintes trechos das Sagradas Escrituras.
E Jesus, o Divino Grande Sacerdote Gnóstico, entoou um suave cântico, em louvor do
GRANDE NOME e disse aos seus discípulos: Vinde a mim. E eles assim o fizeram. Depois
dirigiu-se aos quatro pontos cardiais, estendeu o seu olhar calmo e pronunciou o nome
profundamente sagrado. Abençoou-os e lhes sopros nos olhos.
Olhai para cima, exclamou: já sois clarividentes. Eles então ergueram a vista para onde Jesus
lhes indicara e viram uma Grande Cruz, que nenhum ser humano poderia descrever.
E o grande Sacerdote continuou: Em verdade vos digo que não trouxe nada ao mundo senão o
fogo, a água, o vinho e o sangue da redenção. Trouxe o fogo e a água do lugar da Luz, do
depósito da morada de Barbelos. Depois de um tempo o pai me enviou o Espírito Santo em
forma de uma pomba branca, porém ouvi: O fogo, a água e o vinho são para Purificação e
remissão dos pecados. O sangue foi dado unicamente como SÍMBOLO DO CORPO
HUMANO, recebido na morada de Barbelos, da Grande Força do Deus Invisível.
O Espírito Santo, como em mim, desce a todos e a todos há de levar ao Supremo Lugar da
Luz. Por isso vos disse que vim para trazer fogo à terra que é o mesmo que descer para
redimir os pecados do mundo pelo fogo.
E por isso Jesus repetiu: se soubésseis e conhecêsseis a Grande dádiva de Deus; se percebêsseis
quem é que vos fala e diz: dá-me de beber – rogar-me-ia que vos desse da fonte eterna que é
manancial de doce ambrosia e vos converteríeis nessa mesma fonte, da qual brota a Vida. E
tomou o cálice, abençoou-o e ofereceu-o a todos, dizendo:
O Sacerdote dirige-se ao altar mor e leva o cálice na mão esquerda e exibe-o, dizendo:
Este é o sangue da aliança, derramado por vós, para redimir-vos do pecado e por isso cravoume a lança no flanco, a fim de que dessa ferida jorrasse sangue e água.
Volta-se ao lado direito e põe o cálice na mão direita e diz:
E o Grande Sacerdote Jesus disse aos seus: Trazei-me fogo e ramas de videira. Assim o
fizeram. Colocou então o Sacrifício sobre o altar e uma fonte de vinho em casa lado. Uma à
direita e outra à esquerda. Uma fonte d’água ante o vinho.
Põe o cálice sobre a mesa e, levantando a mão direita, diz:
E pôs pão segundo os que o escutavam, e o Grande Sacerdote Jesus manteve-se vestido com
trajes brancos, no que foi imitado pelos apóstolos.
Toma o cálice e dirige-se ao altar maior e diz, sempre voltado para ao público:
Em vossas mãos vos digo que está o número do nome do Pai que é a fonte da Luz.
Todos ajoelham-se. O Sacerdote ergue as mãos em atitude de suplicante e exclama:
Escutai, Grande Deidade, Pai de tudo que foi creado, Luz divina, Tu
IAO – IAO – IAO – IAO
Amém!
Dirigindo-se aos fiéis:
CHRESTOS convosco.
Um dos acólitos.
Que ele ilumine o teu Espírito.
O Sacerdote volve ao Altar e diz:
Vem, Santo Querer, Divina Energia volitiva, e transforma minha Vontade, fazendo-a Uma
com a Tua!
Vem, Supremo Poder, e desce sobre aqueles que conhecem o mistério!
Vem, Valor Excelso, e dá-me a temperança e a força que se requerem para penetrá-la!
Vem, Santo Silêncio, que falas do poder e da magnitude que Ele encerra e revela-me o Oculto!
Vem, e descobre-me o Mistério…
Desce, Santa Pomba de alva plumagem, sobre nós, tu que és a Mãe dos Gêmeos!
Acode, Mãe Mistica, que só te manifestas em nossas obras!
Aproxima-te, Santa Alegria dos Céus, e pousa sobre nossas cabeças, Tu, que levas o fio de
ouro que a todos nos enlaça!
Alenta-nos aos que participamos deste Sacrifício da Eucaristia, celebrando-o em Santa
recordação Tua, para purificar-nos e fortalecer-nos!
Ajuda-nos a receber a Luz, Tu que agora nos chamaste!
Aos fiéis.
CHRESTOS convosco.
Um dos acólitos:
Que ele ilumine o teu Espírito.
Todos de pé.
O Sacerdote diz:
Creio na Unidade de Deus, no Pai como entidade impessoal, inefável e não revelado, que
ninguém viu, mas cuja força, potência creadora foi e é plasmada no ritmo perene da Creação.
Creio em Maria, Maia, Isis ou sob qualquer outro nome, na força física simbolizando a
Natureza, cuja concepção e iluminação revelam a fertilidade da Natureza.
Creio no mistério do Bafometo e do Demiurgo. Creio numa Igreja transcendente, superior,
mantida nas almas puras, na Hierarquia Branca, representada pela Fraternidade Rosa Cruz e
que tem o seu expoente na Santa Igreja Gnóstica, dirigida pelo Patriarca, seus Arcebispos,
Bispos e Sacerdotes.
Um dos acólitos:
Nossa Lei é Luz, Amor, Vida, Liberdade e Triunfo.
O Sacerdote:
Nossa divisa é THELEMA.
Eu creio na comunhão das almas purificadas. Assim como o pão material se transforma em
substância espiritual, creio no batismo da Sabedoria o qual realiza o milagre de nos tornar
humanos.
Eu conheço e reconheço a essencialidade de minha vida concebida como um todo, sem fim
cronológico, que abarca uma órbita fora do tempo e do espaço.
Eu Creio no Filho, Chrestos Cósmico, a Poderosa Mediação Astral, que enlaça a nossa
personalidade física com a imanência suprema do Pai Solar.
Todos:
Assim seja.