domingo, 7 de fevereiro de 2021

MIssa Gnóstica Original de Krumm-Heller

A Missa Gnóstica da FRA, estabelecida pelo Dr. Krumm-Heller, dizem alguns que é originária da Ecclesia Gnóstica de Elêuses, fundada pelo Dr, Peithmann. Estou numa pesquisa para tentar entender como isso aconteceu, uma vez que a Igreja de Peithmann nunca existiu como instituição, resumindo-se ao Catecismo Gnóstico, composto de 298 perguntas em 4 cadernos. 

Sem dúvida, desde que a Missa foi trazida para o Brasil, sofreu algumas modificações para que se tornasse mais bonita e inteligível as suas partes aos que frequentam a Igreja Gnóstica, assistindo a cerimônia, sem dúvida, inspiradora.

Porém, muitos membros da FRA conhecem o original da Missa Gnóstica, que a despeito de sua simplicidade, tem tanta eficácia quando a reformulada. 

Apresentamos aqui uma tradução feita por um integrante do Grupo de Estudos Mestre Huiracocha, a quem daremos os créditos, quando confirmarmos sua tradução, que antecipo o agradecimento. 

MISSA GNÓSTICA ORGINAL DO MESTRE HUIRACOCHA

Um altar com um candelabro de sete luzes ou velas de cera. Dois jarros ou garrafas, ambas com vinho, e postas, uma do lado direito e outra do esquerdo do altar. Hóstias ou pão sem fermento, em quantidade equivalente ao número de pessoas que tenham de participar da cerimônia. Um cálice vazio para o sacrifício. Este cálice deve ser levado à direita pelo acólito que segue à direita do oficiante, o qual o colocará no altar, assim que dele se aproxime. 

INVOCAÇÃO 

Entra o Sacerdote no Templo, com uma lança na mão direita. 

Aproximo-me do altar de Deus que edifica a mente e ilumina o esplendor de uma eterna juventude.

(Sobre os degraus, aproximando-se do altar, e volta-se novamente para os fiéis, dizendo). 

CHRESTOS esteja convosco. 

Um acólito ao fundo ou ao lado. 

Que ele ilumine o teu Espírito.

O Sacerdote volta ao Altar.

Vem, oh! Santa palavra! 
Vem, oh! Nome sagrado da força de Chrestos! 
Vem, energia sublime! 
Vem, misericórdia divina! 
Vem, oh! Suprema dádiva do Altíssimo! 

Volta-se o Sacerdote e faz uma cruz na testa, outra no peito e finalmente, um círculo, da esquerda para a direita, do meio da testa, seguindo pelo ombro esquerdo e região do coração, para voltar pelo ombro direito e terminar no mesmo ponto de origem, exclamando: 

Vem, tu, que descerras o véu dos mistérios! 
Vem, tu, mão dos sete centros, que descansas na harmonia da oitava! 
Vem, tu, que eras antes do que foram os cinco sentidos: Espírito, Mente, Sentimento e Razão e deixa que participemos de tua Santa Graça, nós os mais tarde nascidos! 
Vem, Santo Alento, Imaculado Sopro e purifica minhas glândulas internas, onde existe o ritmo da vida! 
Vem, tu, e encaminha meu coração desorientado para que os puros sentimentos meus brotem dessa doce fonte!

Dirigindo-se aos fiéis:

Escuta, Grande Seidade, Pai de tudo que foi creado, Luz Divina, Tu, Redentor nosso, perdoa todos os nossos erros e os erros daqueles que escutam visível e invisivelmente, para que possamos todos participar do Reino da Justiça e estar contigo nas imensidades da Luz; bendize e dá poder a todos que nos seguem, pois cumprem a Lei. 
Escuta oh! Anjos…
Ajuda-me, Pai de tudo que foi creado, causa infinita de tudo o que existe, dá vida a este povo. A quantos nos seguem, assiste-os e presta a todos o apoio necessário em todas as ocasiões da vida para que se tornem merecedores da Santa Graça. 
Nós conhecemos o teu poder e eu te conjuro: Vem… Vem… Vem… Perdoa! Tu conheces nossos erros, alivia todos os nossos males. Dá-nos um sinal aqui mesmo neste Sacrifício e nos dias vindouros. 

O Sacerdote dá um passo e diz:

Escuto o vosso testemunho.

Segue-se a pausa durante a qual, em voz alta, os beneficiados ou curados relatam experiências em frases simples. Depois de ouvir a todos, o Sacerdote volta ao altar e diz: 

Alegrai-vos; nossos erros estão perdoados e o Poder Supremo está convosco.

Todos respondem:

Amém… Amém… Amém… 

Primeiro Sermão. Essa conversa pode ser intercalada após a pregação quando há uma grande celebração. 

O SANTO SACRIFÍCIO – retirado do Pistis Sophia

O Sacerdote afasta-se para o altar da direita e lê os seguintes trechos das Sagradas Escrituras.

E Jesus, o Divino Grande Sacerdote Gnóstico, entoou um suave cântico, em louvor do GRANDE NOME e disse aos seus discípulos: Vinde a mim. E eles assim o fizeram. Depois dirigiu-se aos quatro pontos cardiais, estendeu o seu olhar calmo e pronunciou o nome profundamente sagrado. Abençoou-os e lhes sopros nos olhos. 

Olhai para cima, exclamou: já sois clarividentes. Eles então ergueram a vista para onde Jesus lhes indicara e viram uma Grande Cruz, que nenhum ser humano poderia descrever. 

E o grande Sacerdote continuou: Em verdade vos digo que não trouxe nada ao mundo senão o fogo, a água, o vinho e o sangue da redenção. Trouxe o fogo e a água do lugar da Luz, do depósito da morada de Barbelos. Depois de um tempo o pai me enviou o Espírito Santo em forma de uma pomba branca, porém ouvi: O fogo, a água e o vinho são para Purificação e remissão dos pecados. O sangue foi dado unicamente como SÍMBOLO DO CORPO HUMANO, recebido na morada de Barbelos, da Grande Força do Deus Invisível. 

O Espírito Santo, como em mim, desce a todos e a todos há de levar ao Supremo Lugar da Luz. Por isso vos disse que vim para trazer fogo à terra que é o mesmo que descer para redimir os pecados do mundo pelo fogo.

E por isso Jesus repetiu: se soubésseis e conhecêsseis a Grande dádiva de Deus; se percebêsseis quem é que vos fala e diz: dá-me de beber – rogar-me-ia que vos desse da fonte eterna que é manancial de doce ambrosia e vos converteríeis nessa mesma fonte, da qual brota a Vida. E tomou o cálice, abençoou-o e ofereceu-o a todos, dizendo: 

O Sacerdote dirige-se ao altar mor e leva o cálice na mão esquerda e exibe-o, dizendo:

Este é o sangue da aliança, derramado por vós, para redimir-vos do pecado e por isso cravoume a lança no flanco, a fim de que dessa ferida jorrasse sangue e água. 

Volta-se ao lado direito e põe o cálice na mão direita e diz: 

E o Grande Sacerdote Jesus disse aos seus: Trazei-me fogo e ramas de videira. Assim o fizeram. Colocou então o Sacrifício sobre o altar e uma fonte de vinho em casa lado. Uma à direita e outra à esquerda. Uma fonte d’água ante o vinho.

Põe o cálice sobre a mesa e, levantando a mão direita, diz:

E pôs pão segundo os que o escutavam, e o Grande Sacerdote Jesus manteve-se vestido com trajes brancos, no que foi imitado pelos apóstolos. 

Toma o cálice e dirige-se ao altar maior e diz, sempre voltado para ao público:

Em vossas mãos vos digo que está o número do nome do Pai que é a fonte da Luz.

Todos ajoelham-se. O Sacerdote ergue as mãos em atitude de suplicante e exclama: 

Escutai, Grande Deidade, Pai de tudo que foi creado, Luz divina, Tu
IAO – IAO – IAO – IAO 
Amém! 

Dirigindo-se aos fiéis

CHRESTOS convosco

Um dos acólitos

Que ele ilumine o teu Espírito. 

O Sacerdote volve ao Altar e diz:

Vem, Santo Querer, Divina Energia volitiva, e transforma minha Vontade, fazendo-a Uma com a Tua! 
Vem, Supremo Poder, e desce sobre aqueles que conhecem o mistério! 
Vem, Valor Excelso, e dá-me a temperança e a força que se requerem para penetrá-la! 
Vem, Santo Silêncio, que falas do poder e da magnitude que Ele encerra e revela-me o Oculto! Vem, e descobre-me o Mistério… Desce, Santa Pomba de alva plumagem, sobre nós, tu que és a Mãe dos Gêmeos! 
Acode, Mãe Mistica, que só te manifestas em nossas obras! 
Aproxima-te, Santa Alegria dos Céus, e pousa sobre nossas cabeças, Tu, que levas o fio de ouro que a todos nos enlaça! 
Alenta-nos aos que participamos deste Sacrifício da Eucaristia, celebrando-o em Santa recordação Tua, para purificar-nos e fortalecer-nos! 
Ajuda-nos a receber a Luz, Tu que agora nos chamaste! 

Aos fiéis

CHRESTOS convosco

Um dos acólitos: Que ele ilumine o teu Espírito. 

Todos de pé. 

O Sacerdote diz:

Creio na Unidade de Deus, no Pai como entidade impessoal, inefável e não revelado, que ninguém viu, mas cuja força, potência creadora foi e é plasmada no ritmo perene da Creação. Creio em Maria, Maia, Isis ou sob qualquer outro nome, na força física simbolizando a Natureza, cuja concepção e iluminação revelam a fertilidade da Natureza. 

Creio no mistério do Bafometo e do Demiurgo. Creio numa Igreja transcendente, superior, mantida nas almas puras, na Hierarquia Branca, representada pela Fraternidade Rosa Cruz e que tem o seu expoente na Santa Igreja Gnóstica, dirigida pelo Patriarca, seus Arcebispos, Bispos e Sacerdotes.

Um dos acólitos: 

Nossa Lei é Luz, Amor, Vida, Liberdade e Triunfo.

O Sacerdote:

Nossa divisa é THELEMA.
Eu creio na comunhão das almas purificadas. Assim como o pão material se transforma em substância espiritual, creio no batismo da Sabedoria o qual realiza o milagre de nos tornar humanos.
Eu conheço e reconheço a essencialidade de minha vida concebida como um todo, sem fim cronológico, que abarca uma órbita fora do tempo e do espaço.
Eu Creio no Filho, Chrestos Cósmico, a Poderosa Mediação Astral, que enlaça a nossa personalidade física com a imanência suprema do Pai Solar. 

Todos:

Assim seja.


  


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