quarta-feira, 22 de junho de 2022

Sistema de Graus da FRA - Parte 2

Depois de publicarmos o posto "Sistema de Graus da FRA I", recebemos alguns e-mails, solicitando aprofundar o tema, com a meta de entender cada Grau, seus ensinamentos e objetivos. Este é um assunto complexo e polêmico, mas, ao mesmo tempo, fascinante. 

De certo, recorri a algumas consultas com pessoas de longa data na FRA, e destas consultas resultou uma visão diferente de alguns ramos que, em busca de um aperfeiçoamento, por vezes criam critérios e ideias sobre os Graus, por vezes díspares, daquelas originais do Mestre Huiracocha. 

Vamos fazer  algumas reflexões: 

1- Mestre Huiracocha foi membro da Maçonaria Regular, e também da Maçonaria do Rito Menfís-Misraim (Isto é fato comprovado).

2 - Mestre Huiracocha foi Membro da Ordem Martinista (Isto é fato comprovado)

3 - Mestre Huiracocha foi membro da O.T.O. na época de Theodor Reuss (Isto é fato comprovado)

Com base nisto podemos deduzir: 

4 - Que Mestre Huiracocha teve da estrutura geral da Maçonaria Universal (base de todos os sistemas que comprovadamente participou) uma profunda influência, aliada a ideias "Rosicrucianas", que, cada vez mais se comprova que influenciaram a "Maçonaria". 

5 - Podemos comprovar isso com a estrutura de Graus Litúrgicos da FRA, composta por três Graus, que nos sistema original não possuem títulos (apenas Grau I, II e III [1])

6 - Na FRA há apenas um Ritual de Iniciação, juntamente ao Grau I, sendo a elevação e a exaltação (referências de termos tipicamente maçônicos) nomeações simples, sem ritual específico ou com cerimônia simples.

7 - Ao analisarmos o Ritual de Iniciação ao Grau I, vemos uma cerimônia muito similar ao Grau de Aprendiz Maçom (Grau I), a saber: 

    a) Câmara das Reflexões

    b) Testamento Filosófico

    c) Uso de venda durante o cerimonial.

    d) As Viagens Simbólicas e as correspondentes perguntas e discursos das mesmas, adaptados a uma visão iniciática Rosicruciana.

    e) O juramento.

8- Podemos deduzir, quase sem dúvida, que a estrutura apresentada é àquela do processo iniciático ocidental codificado pela mais antiga Ordem Iniciática do Ocidente ainda em atuação - A Maçonaria.

9 - Notamos, também, ao buscar uma resposta para o porquê de ser uma única iniciação e não uma para cada grau (como acontece na Mçonaria), que Mestre Huiracocha pode ter pensado no Grau 18 do Rito Escocês Antigo e Aceito, chamado Cavaleiro Rosa-Cruz ou Príncipe Rosa-Cruz.

Neste Grau há três Câmaras, ou três momentos, que explicam os objetivos e trabalhos Rosicrucianos.

10 - Poderíamos perguntar por que Mestre Huiracocha não optou, portanto, por uma variação da cerimônia do grau 18 ao invés de optar pela do Grau 1?

Podemos especular que há similaridades estruturais entre as duas cerimônias, sendo a principal, as três viagens e as três Câmaras, pois as três Viagens apresentam os aspectos de cada Grau, enquanto, cada câmara estaria  dentro da perspectiva Rosicruciana, os objetivos específicos dia Graus I, II e III.

11- OS membros da FRA, logo argumentarão: nunca ouvi falar nisso, onde está o escrito de Krumm-Heller que fala disso? Simplesmente não há. Mestre Huiracocha nunca escreveu sobre os Graus, nem quanto aos número deles ou sua essência. 

Via de regra, a base do Grau está no Ritual do Grau. Mas há algo de estranho;

a)O Ritual do Grau I tem por base paráfrases do Capítulo I de Liber vel Legus de Mestre Therion.

O Ritual do Grau II o capítulo II, do citado Liber AL.

Mas, o Grau III, tem por base a Liturgia de Mithras, conforme publicada por G.R. Mead em sua série Echoes from the Gnosis.

A pergunta que não quer calar: Por que Mestre Huiracocha não seguiu com o um m ritual baseado no Capítulo III de Liber Al vel Legis?

Alguém disse uma vez na FRA Brasil, que há um documento de Krumm-Heller com o ritual Grau III datado de 1939, mas isso não se sustentou, tendo sido admitido que alguém elaborou o rirual na FRA Brasil, tendo sido apresentado a Krumm-Heller, que o aprovou. Isto é muito improvável, pois já havia começado a Segunda Guerra e é notório que houve um afastamento das "FRAs" com o líder Mundial, tendo sido uma oportunidade para alguns ramos se proclamar independentes. 

Relembre-se que foi durante a segunda guerra que cresceu a atuação de Elias Bucheli, pela FRC americana, que se infiltrou na FRA na América Latina, com. O discurso de Krumm-Heller ter morrido na Alemanha. Uma mentira que fez Clymer lançar seus tentáculos nos ramos da FRA, que se tornaram independentes.

Continuamos nossas pesquisas. 

 

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